Às vezes eu fico perdido nos meus pensamentos, na companhia das minhas elucubrações, no silêncio do mundo externo. Daí fiquei pensando nessa semana, como seria ser pai ou mãe sem passar pela gravidez. Imaginem que o filho viesse de forma instantânea, imagina se quando descobrimos que seriamos pais, já recebêssemos a Gabriela nos braços, e aí, como seria? Confesso que teria vontade de sair correndo, pois não estaria preparado para isso. Trago esses pensamentos à consciência para falar da importância da gravidez. Completamos 30 semanas agora, ou 7 meses para os que contam em meses. O que isso significa? bom, significa que a Gabriela já poderia nascer, claro que queremos que ela espere as 8 semanas que faltam, pois nascer prematura traria algumas complicações pra ela.
Esses 7 meses passaram rápido eu diria, mas também passaram com muita intensidade. Daí muita coisa acontece no período, como comprar roupinhas, fraldas etc. Se bem que ganhamos presentes também e a cada um que nos presenteou com algo, fica aqui meu agradecimento. Não vou citar o nome de cada pessoa, pois acho que aqui não é o espaço para isso, mas saibam que estou muito agradecido. Essa época de comprar coisas acho que é a parte mais fácil. Não que seja fácil, mas destaco a preparação psicológica. Acontece que estou no que eu chamo de fase de "semi-pai". O que é um "semi-pai"? É um pai que não é pai ainda. Explico, a gravidez te dá uma expectativa do que virá depois, mas ainda não dá para saber o que é ser pai. Essa semana saímos com amigos que têm filhos e amigos sem filhos e eu não me identifico mais com nenhum dos dois casos. Já não sou mais uma pessoa sem filhos, assim como ainda não sou uma pessoa com filho, então por isso a fase do "semi-pai".
Como já falei em alguns outros posts, a Gabriela já interage comigo e isso é muito legal. Na semana passada, a enfermeira estava medindo os batimentos cardíacos da pequena no momento que me pediu para dar um beijo estralado (barulhento) na parte debaixo da barriga da Bárbara, que é onde a cabeça da Gabriela está. Quase que instantaneamente, sentimos um chute na parte de cima da barriga e os batimentos da Gabriela foram a impressionantes 156 batimentos por minuto. Confesso que é divertido fazer isso em casa e saber que a pequena responde. Ela já sabe quem eu sou e já reconhece a minha voz quando eu brinco com ela.
Falta pouco agora e todos os exames indicam que a mãe e filha estão bem, o que me deixa um pouco tranquilo em relação ao parto e pós-parto que cada vez mais se aproximam. O parto em si tem um baita simbolismo, é o nascimento da Gabriela mas a morte do Adriano e da Bárbara. Nós dois morremos para renascermos pai e mãe e isso nos acompanhará para o resto da vida. Sabe todas as regras que sabíamos antes de chegar até aqui? Pois é, é hora de reaprender e reformular muita coisa. Por isso a importância da gravidez, pois é um tempo de preparação e de repensar várias coisas, afinal de contas é um nascimento triplo: nasce o bebê, assim como nasce o pai e nasce a mãe. Isso por que eu não estou contando avós, tios, etc. Quando a Gabriela nascer eu vou voltar para este post e daí comparar a experiência de ser pai com a de ser "semi-pai". Até lá, vamos esperar mais um pouco.
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